
Processo de alfabetização e letramento
“Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa.” – Emília Ferreiro (psicóloga e pedagoga argentina, que iniciou a revolução da Educação brasileira há 30 anos)
Muito se fala sobre a diferença entre alfabetização e letramento, mas você sabe o que isso significa? A resposta não é tão simples, tampouco o processo para “chegar lá”. Ao falarmos de alfabetização, é necessário explicar sobre a prática e a metodologia que utilizamos na Kinder Kampus School, pautada numa abordagem que desenvolve não só o cognitivo no aluno, mas também suas habilidades e competências sociais, afetivas, psicomotoras, emocionais e muitas outras.
Ainda na Educação Infantil, devemos despertar o interesse do aluno com algo que seja significativo, e o que tem mais significado para uma criança é seu próprio nome, que a identifica, lhe dá identidade. O trabalho com o nome próprio do aluno, de seus familiares, colegas e professores, incentiva relações neurológicas imprescindíveis na construção do código de escrita alfabético. O resultado disso é a consolidação da alfabetização, que é o processo de apropriação do sistema de escrita, que é finalizado nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Chamamos de “ambiente alfabetizador” não só a sala de aula, mas qualquer local que serve de estímulo ao aluno, inclusive o meio social e familiar. O alfabeto é um material imprescindível, pois é um material de apoio e consulta. Mas além de conhecer as letras, os alunos devem manusear revistas, jornais, livros, a fim de terem contato com as diversas formas de escrita.
O que pode tornar um ambiente alfabetizador é o conjunto de valorização da escrita, com listas diversas (nomes, brinquedos, alimentos preferidos, amigos, personagens etc), calendário, quadros de informações sobre o tempo, rotina e combinados. Enfim, tudo o que possa estimular, desde que faça parte do cotidiano. Aprender deve ser prazeroso!
Hoje já sabemos que ler e escrever é saber usar uma série de habilidades e competências para aprimorar as práticas sociais, ou seja, faz parte da vida! E, nesse momento, entramos no letramento, pois enquanto ser alfabetizado garante a escrita e a leitura, somente um letrado é capaz de compreendê-las.
As crianças constroem conhecimentos sobre a função da escrita muito antes de chegar à escola. O contato com diferentes gêneros textuais, propagandas e produtos com logos significativos possibilitam a análise e reflexão sobre a língua e a linguagem, tanto oral como escrita.
A pseudoleitura é trabalhada desde sempre, pois antes mesmo de saber ler ou escrever, os alunos conseguem “ler” logos e placas que conhecem e sabem o significado. Esse é o primeiro passo do letramento, que é o processo de inserção nas práticas sociais e uso consciente da leitura e da escrita. O letrado é alguém que se apropriou suficientemente da escrita e da leitura a ponto de usá-las com desenvoltura, com propriedade para dar conta de suas atribuições sociais e profissionais.
Nas últimas décadas, o sistema de ensino mudou sua concepção sobre a Educação, precisamos colocar o aluno frente aos novos conhecimentos e desafios intelectuais para promover seu desenvolvimento!
Por Paula Cassola – Coordenadora do Ensino Fundamental